Varroa DestructorVarroa destructor Ácaro que parasita abelhas e pode comprometer a produção de mel.
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: A Maior Ameaça às Abelhas e à Produção de Mel – Guia Completo

O Varroa destructor é um ácaro parasita que representa uma das maiores ameaças às abelhas melíferas (Apis mellifera) em todo o mundo. Este guia completo aborda o que é o Varroa destructor, seu ciclo de vida, os danos que causa às abelhas e à produção de mel, métodos de detecção e controle, e as perspectivas futuras para o manejo desse parasita. Entenda como esse pequeno ácaro pode ter um impacto devastador na apiculturaApicultura Criação de abelhas para produção de mel e outros produtos.
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e na segurança alimentar global.

Sumário

O que é Varroa destructor?

Varroa destructor é um ácaro parasita externo que ataca as abelhas melíferas (Apis mellifera) e as abelhas asiáticas (Apis cerana). Originalmente, o Varroa era um parasita exclusivo da abelha asiática, mas, no século XX, ele se espalhou para a abelha melífera, tornando-se um problema global para a apicultura.

O Varroa destructor é um ácaro relativamente grande, visível a olho nu. Possui um corpo achatado, em forma de disco, de cor marrom-avermelhada. As fêmeas adultas medem cerca de 1,1 a 1,7 mm de comprimento e 1,5 a 1,9 mm de largura. Os machos são menores e de cor mais clara.

Ciclo de Vida do Varroa destructor

O ciclo de vida do Varroa destructor está intimamente ligado ao ciclo de vida das abelhas. Ele se divide em duas fases:

  1. Fase Forética: Nesta fase, o ácaro adulto se alimenta da hemolinfa (o “sangue” das abelhas) de abelhas adultas, fixando-se entre os segmentos abdominais ou no tórax da abelha. Essa fase pode durar de 5 a 11 dias no verão e vários meses no inverno, quando não há criação de larvas na colmeia.
  2. Fase Reprodutiva: Quando a abelha operária está prestes a selar a célula de cria (onde a larva da abelha se desenvolve), a fêmea do Varroa entra na célula. Dentro da célula selada, a fêmea do Varroa se alimenta da hemolinfa da larva da abelha e começa a oviposição (colocar ovos). O primeiro ovo geralmente dá origem a um macho, e os ovos subsequentes dão origem a fêmeas. Os ácaros acasalam dentro da célula. Quando a abelha jovem emerge da célula, a fêmea do Varroa e suas filhas fêmeas também saem, prontas para iniciar um novo ciclo.

O Varroa prefere se reproduzir em células de cria de zangões (machos), pois o período de desenvolvimento do zangão é mais longo, permitindo que mais ácaros se desenvolvam. No entanto, o Varroa também se reproduz em células de cria de operárias.

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Danos Causados pelo Varroa destructor

O Varroa destructor causa danos diretos e indiretos às abelhas e à colmeia:

  • Danos Diretos:
    • Alimentação da Hemolinfa: O Varroa se alimenta da hemolinfa das abelhas adultas e das larvas, enfraquecendo-as e reduzindo seu tempo de vida.
    • Perda de Peso: As abelhas parasitadas perdem peso e tamanho.
    • Deformidades: As abelhas que se desenvolvem em células infestadas podem apresentar deformidades nas asas, pernas e abdômen, tornando-se incapazes de voar e realizar suas tarefas na colmeia.
    • Supressão do Sistema Imunológico: O Varroa suprime o sistema imunológico das abelhas, tornando-as mais suscetíveis a doenças.
  • Danos Indiretos:
    • Transmissão de Vírus: O Varroa é um vetor de diversos vírus que afetam as abelhas, como o vírus das asas deformadas (DWV), o vírus da paralisia aguda das abelhas (ABPV) e o vírus da célula real negra (BQCV). Esses vírus podem causar doenças graves e levar à morte das abelhas.
    • Declínio da Colônia: A infestação por Varroa, combinada com os vírus que ele transmite, pode levar ao enfraquecimento e colapso da colônia.

A varroatose, a doença causada pelo Varroa destructor, é considerada um dos principais fatores responsáveis pelo declínio das populações de abelhas em todo o mundo, um fenômeno conhecido como Síndrome do Colapso das Colônias (CCD).

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Detecção do Varroa destructor

A detecção precoce do Varroa destructor é fundamental para o manejo eficaz da varroatose. Existem diversos métodos para detectar e monitorar a infestação por Varroa:

  • Inspeção Visual: Examinar as abelhas adultas e a cria em busca de ácaros visíveis. No entanto, esse método é pouco sensível, pois detecta apenas infestações mais avançadas.
  • Método do Açúcar em Pó: Consiste em coletar uma amostra de abelhas adultas em um frasco, adicionar açúcar de confeiteiro, agitar e, em seguida, despejar as abelhas em uma superfície clara. Os ácaros se soltam das abelhas e ficam presos no açúcar, facilitando a contagem.
  • Método da Lavagem com Álcool ou Detergente: Similar ao método do açúcar em pó, mas utiliza álcool ou detergente para separar os ácaros das abelhas. É um método mais preciso, mas letal para as abelhas da amostra.
  • Monitoramento do Fundo da Colmeia: Colocar uma bandeja ou papel branco no fundo da colmeia e verificar a presença de ácaros caídos.
  • Teste de PCR: Análise laboratorial para detectar a presença de vírus transmitidos pelo Varroa.

É recomendado realizar o monitoramento da infestação por Varroa regularmente, especialmente antes e depois dos tratamentos, para avaliar a eficácia das medidas de controle.

Controle do Varroa destructor

O controle do Varroa destructor é um desafio constante para os apicultores. Não existe um método único e totalmente eficaz para erradicar o ácaro. O manejo da varroatose envolve uma combinação de estratégias, incluindo:

  • Tratamentos Químicos (Acaricidas Sintéticos):
    • Produtos à base de piretroides sintéticos (fluvalinato, flumetrina).
    • Produtos à base de organofosforados (coumafós).
    • Produtos à base de amidinas (amitraz).

    O uso de acaricidas sintéticos deve ser feito com cautela, seguindo as instruções do fabricante e as recomendações dos órgãos reguladores. O uso inadequado pode levar ao desenvolvimento de resistência do Varroa aos acaricidas, além de contaminar o mel e outros produtos da colmeia.

  • Tratamentos Naturais (Acaricidas Orgânicos):
    • Ácidos Orgânicos: Ácido fórmico, ácido oxálico, ácido lático.
    • Óleos Essenciais: Timol, eucaliptol, mentol.

    Os tratamentos naturais são geralmente menos tóxicos para as abelhas e para o meio ambiente, mas podem ter eficácia variável e exigir aplicações mais frequentes.

  • Métodos Biotecnológicos:
    • Uso de Quadros de Zangões: Como o Varroa prefere se reproduzir em células de cria de zangões, pode-se utilizar quadros com células maiores para atrair o ácaro e, em seguida, remover e destruir esses quadros, reduzindo a população de Varroa na colmeia.
    • Interrupção da Cria: Interromper temporariamente a postura da rainha, para que não haja cria para o Varroa se reproduzir.
    • Seleção Genética de Abelhas Resistentes: Selecionar e criar abelhas que apresentem comportamentos higiênicos mais eficientes na remoção de ácaros ou que sejam mais tolerantes à infestação.
  • Boas Práticas de Manejo Apícola:
    • Manter colmeias fortes e saudáveis.
    • Evitar a introdução de colmeias infestadas na área.
    • Realizar o monitoramento regular da infestação por Varroa.
    • Rotacionar os tratamentos, para evitar o desenvolvimento de resistência.
    • Não utilizar produtos ilegais ou não registrados.

O manejo integrado da varroatose, combinando diferentes métodos de controle, é a estratégia mais eficaz para reduzir a população de Varroa e manter as colmeias saudáveis.

Própolis e o controle de Varroa

A própolis, uma substância resinosa produzida pelas abelhas, tem demonstrado potencial no controle do Varroa destructor. Estudos indicam que a própolis possui propriedades acaricidas, podendo afetar a reprodução e a mobilidade do ácaro. Além disso, a própolis fortalece o sistema imunológico das abelhas, tornando-as mais resistentes à infestação e às doenças transmitidas pelo Varroa. Saiba mais sobre a própolis.

Embora a própolis não seja uma solução única para o problema do Varroa, ela pode ser utilizada como um complemento aos tratamentos convencionais, contribuindo para um manejo mais natural e sustentável da varroatose. O Clube do Mel possui produtos a base de própolis.

Perspectivas Futuras

A pesquisa sobre o Varroa destructor e o desenvolvimento de novas estratégias de controle continuam em andamento. Algumas áreas de pesquisa promissoras incluem:

  • Desenvolvimento de Acaricidas Mais Seguros e Eficazes: Pesquisadores estão buscando novos compostos químicos e naturais que sejam mais eficazes contra o Varroa e menos tóxicos para as abelhas e o meio ambiente.
  • Seleção Genética de Abelhas Resistentes: A seleção e o melhoramento genético de abelhas que apresentem maior resistência ao Varroa e às doenças que ele transmite são uma das estratégias mais promissoras a longo prazo.
  • Controle Biológico: Pesquisadores estão investigando o uso de inimigos naturais do Varroa, como fungos entomopatogênicos (que infectam e matam insetos), para controlar a população do ácaro.
  • RNA de Interferência (RNAi): Uma técnica que utiliza moléculas de RNA para silenciar genes específicos do Varroa, interferindo em seu desenvolvimento e reprodução.
  • Compreensão da Interação Varroa-Vírus: Aprofundar o conhecimento sobre a interação entre o Varroa e os vírus que ele transmite é fundamental para desenvolver estratégias de controle mais eficazes.

O Varroa destructor é um desafio complexo e persistente para a apicultura. No entanto, com a combinação de boas práticas de manejo, tratamentos adequados e o avanço da pesquisa, é possível conviver com o ácaro e manter as colmeias saudáveis e produtivas. A colaboração entre apicultores, pesquisadores, órgãos reguladores e a indústria é fundamental para enfrentar essa ameaça e garantir o futuro da apicultura e da polinizaçãoPolinização Processo essencial realizado pelas abelhas, fundamental para a biodiversidade.
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